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quarta-feira, 1 de maio de 2013

A verdadeira luta do 1.º de Maio




No "Dia da Árvore", plantam-se árvores; No "Dia do Livro", compram-se livros; No "Dia do Trabalhador"... é feriado e ninguém trabalha porque é "Dia de Luta"!

Quem quer ver os trabalhadores portugueses a lutar, não encontra melhor dia que o 1 de Maio, dia escolhido para consagrar a classe operário-proletário-trabalhadora. Meia-dúzia de pessoas, portanto.


O dia é todo ele feito de luta. Para começar, é a luta por pôr a pé antes que seja hora de ir outra vez para a cama. 
Se conseguir ganhar esta luta e estiver mau tempo, vem a luta pelo lugar de estacionamento mais próximo da porta de entrada do "shopping" lá da terra, local de romaria obrigatória nos dias de chuva. Ao vir embora, é a luta para arrancar os putos do parque de diversões e a luta para acordar a sogra que entretanto adormeceu numa daquelas poltronas que fazem massagens por 1€, mas onde toda a gente se senta porque é um desperdício aquilo estar ali "à boa vida". 
Se estiver bom tempo e calor, vem a luta pelo melhor "spot" da praia, aquele de onde melhor se veja o "topless" do mulherio circundante. Ao vir embora é a luta para arrancar os putos da água e a luta para acordar a sogra que entretanto adormeceu à sombra do guarda-sol do vizinho do lado, porque até era um desperdício aquilo estar ali abandonado
Em ambos os casos, ao chegar a casa, mais uma luta! Arrancar os putos e a sogra do carro, porque entretanto adormeceram todos. 
Os poucos que não estão incluídos no grupo acima descrito, aproveitam a calmaria generalizada das cidades e vão em passeio organizado, empunhando tarjas e cartazes com palavras de ordem contra aqueles que fazem com que eles possam ser trabalhadores, ou seja, o patrão. 
Mas, como as ruas estão esvaziadas de gente, porque está tudo no "shopping" ou na praia, a única coisa contra a qual têm realmente de lutar, é contra o preço da "mine" e da bifana nas "roulotes" plantadas ao longo do percurso do passeio.

E para finalizar em grande estilo o "Dia de Luta", todos lutam para interiorizar que o "Dia de Luta" terminou e o dia seguinte é outra vez dia de trabalho, um banal dia de luta.